Sonhos amarelos

Quando sonho com meu futuro, imagino uma casa bem bonita, grande (mas não muito, porque é ruim de limpar! Se bem que eu vou ter empregada, né? Haha, sonha, minha flor). Seria um espaço com móveis combinando, uma geladeira daquelas que tem água na porta, cama “queen size” (porque “king” é pra homem). E uma espécie de visual clean. Do lado de fora, um espaço verde, um gramado grande, com plantas bem bonitas e cuidadas (pelo jardineiro, óbvio).

Mas quando tento transpor esse sonho à realidade, tudo o que consigo imaginar concretamente, sou eu morando numa casa pequena (fácil de limpar, porque eu mesma vou ter que fazer o serviço), bem simples, de madeira. Provavelmente alugada no início. Com uma chaminé. E eu me sentiria feliz com isso.

Sempre que vejo uma dessas casas, no estilo chalé, lembro da minha infância. Principalmente da casa onde passei grande parte dela, a casa da “tia” que cuidava de mim. Era de madeira, bem nesse estilo simples... ela tinha umas flores na frente, no pátio... e eu brincava entre as árvores. Eu era tão pequena que conseguia fazer de conta que havia uma cabaninha nos galhos das árvores mais baixas... e ficava lá, fazendo bolinho de barro.

Talvez essa “acomodação” de pensar que eu seria feliz mesmo em condições precárias seja um preparo para o que há por vir. Nunca esbanjei dinheiro, e tenho certeza que o início da minha vida “guiada por mim mesma” será difícil. Depois de tudo, quem sabe, eu tenha a minha casinha clean, no meio do verde. Mas ainda bem que tenho boas referências, de tempos felizes, convivendo num chalezinho que tinha muito amor para oferecer.